Dizem que o segredo para a felicidade é sentir paixão pelo que se faz. Que a criatividade é a inteligência a divertir-se. E a curiosidade é o desejo que sentimos em querer conhecer e compreender. Dizem que a vida é uma aventura, mas para quem anda de mota, essa aventura é sinónimo de liberdade com adrenalina a percorrer-lhe as veias. 

Inaugurada em Maio de 2019, a 833 – Motas e Acessórios, é fruto da intensa paixão por motas, curiosidade, criatividade e engenho que sempre acompanharam o seu fundador João Motta Guedes.

 

Este estilo de vida cedo se manifestou, "lembro-me de conduzir uma mota pela primeira vez, devia ter uns 10 anos, numa acelera, Yamaha MA de um amigo da minha irmã", uma rebeldia fruto da idade. Herdando sempre as motas do irmão, foi com a aquisição da sua primeira mota em 1996 (uma Yamaha WR 200) que confirmou que a liberdade existe e que fica entre a roda dianteira e a roda traseira. Talvez a única sensação que poderia ser comparada a montar o seu cavalo Grazina, amigo que adquiriu aos 12 anos de idade e com o qual passou momentos únicos que contribuíram em muito para a definição da pessoa que é hoje, "crescemos juntos e ele tinha exatamente o mesmo feitio que eu ou, provavelmente, eu é que fiquei com o feitio dele. Ensinou-me, entre outras coisas, o significado da palavra Generosidade, sempre pronto a dar tudo dele e a aceder a todos os meus pedidos". É também uma homenagem a este amigo tão especial que o acompanhou durante 26 anos o nome escolhido para este grande projeto em que embarcou, já que representa a sua data de nascimento: ano 83, mês 3.

A sua primeira aquisição foi sinónimo também da sua primeira aventura em competição no mundo do todo-terreno. "A primeira prova que fiz foi a Baja Portalegre em 1996, que não terminei porque parti a roda frente. Foi muito muito frustrante. Depois disso, acho que a primeira prova que terminei foi uma prova de resistência em Castelo Branco, pouco tempo depois, e foi muito divertido."

Desde então participou em vária provas reconhecidas, "muitos raides (o de Portalegre claro, Góis, Algarve, Ferraria, Beja, etc), várias provas extra campeonato, vários Enduros (Góis, Torres Vedras, Rio Maior, etc), Ui! Já foram algumas!", mas não para alcançar o primeiro lugar, esse estava reservado aos profissionais, mas antes para em cada prova superar-se a si mesmo.

Nem um grave acidente em 2014, "um encontro imediato de terceiro grau que um BMW 520d teve comigo, enquanto seguia de mota, tendo-me deixado com 11 ossos fraturados", que o obrigou a várias cirurgias de correção, " para enfiar 1 cavilha, 6 placas e 45 parafusos nos 4 membros", lhe removeu o ímpeto e "5 meses e meio depois do acidente tive o OK médico para regressar ao ativo com uma KX85 emprestada, foi com enorme alegria que voltei ao TT". E "a melhor sensação de todas foi terminar o Portalegre em 2015, ano e meio depois do meu acidente, dois dias de prova, 7h30 de prova no segundo dia, chegar ao fim foi uma sensação de realização e de superação brutais."

Há contudo, algo que leva sempre consigo em qualquer prova, o espírito de entreajuda. "Acima de tudo, seja competição ou não, mantém-se o espírito motard. No raide do Algarve em Junho de 2015, primeira prova depois do acidente, parei e levei à pendura um piloto que tinha gripado a mota. No mesmo ano, no Portalegre, parei para rebocar uma mota que tinha partido a cremalheira. E isto mesmo com as dificuldades físicas que eu ainda sentia na altura, mas ajuda-se sempre que possível!". E claro o seu kit de ferramentas, já é um clássico presente entre quem o acompanha nestas aventuras, "levas a tua sacoche? então não preciso de levar a minha", é a frase que mais ouve dos seus amigos, sempre que vai sair com eles num novo percurso de mota.

É esta sua forma de estar, que ganhou outros contornos e lhe acelerou a mente, após o acidente. Sabia que iria receber um valor de indemnização e já que toda esta situação tinha tido um impacto grande na sua vida, então que esse impacto fosse ainda maior e lhe abrisse a porta para criar a sua empresa e tornar realidade um sonho, "Surgiu uma questão na minha mente "o que é que eu vou fazer com este dinheiro?". Não me lembro do momento exato, mas sei que a primeira vez que o disse em voz alta foi um dia a almoçar com a minha mãe na Praia Grande, saiu um "vou despedir-me e abrir uma loja de motas". 

 

Nasce assim a 833 – Motas e Acessórios, como concessionário oficial Sherco e Mitt e revendedor de uma vasta gama de acessórios e equipamentos das mais prestigiadas marcas do mercado.